terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

AMOSTRA INSTÁVEL, Karina Takiguti



          A produção contemporânea se apropria de reminiscências, lembranças e valores num jogo de desejos que se transformam em expressões nas obras de arte. Nesse âmbito, dialoga com sintomas da atualidade que se desmontam em estilhaços espalhados pela pluralidade de imagens que emergem o mundo. Todavia, existe um tempo que age na superfície e interioridade das substâncias e do ser transformando-os até o seu esgotamento. Tempo que perdura, mas que torna efêmero tudo aquilo que existe. Nesse viés, Crista Campinho nos apresenta em sua série trabalhos orgânicos que dialogam com essa poética.       
            Utilizando pétalas de flores, sementes e fios de cobre, trabalhados sobre pinturas com café, a artista cria delicados cenários como se estivessem sido guardados e amarelados pela oxidação natural do papel. Os elementos orgânicos da obra sutilmente se modificam pela existência de organismos que aceleram sua decomposição. A exposição também conta com objetos, esculturas e desenhos da artista. São móbiles, casulos, registros que confinam a essência do que é perpétuo (ou não) enquanto há vida.


Karina Takiguti, 2011

domingo, 19 de fevereiro de 2012